sábado, 23 de julho de 2011

Você realmente ama a dança?

Você só percebe que realmente ama a dança, quando não depende apenas de fazer uma atividade física semanal. Você só percebe que realmente ama a dança, quando seus parceiros pulam fora e você ainda persiste. Você só percebe que realmente ama a dança, quando a empolgação não depende de viagens, festivais e festas.
Você só percebe que realmente ama a dança, quando se conforma em estudar outros estilos que podem ajudar no seu desempenho. Você só percebe que realmente ama a dança, quando a fome por ler e conhecer a verdade desta manifestação artística sai pelos poros. Você só percebe que realmente ama a dança, quando aprende a conviver constantemente com dores, em todos os sentidos. Você só percebe que realmente ama a dança, quando não precisa da música como metaliguagem.
Você só percebe que realmente ama a dança, quando não se limita a apenas reproduzir. Você só percebe que realmente ama a dança, quando é capaz de se distanciar (e escrevo isso com lágrimas nos olhos) de uma vida estavelmente feliz, para buscar qualificação. Você só percebe que realmente ama a dança, quando descobre a coragem dentro de si mesmo, quando combate qualquer preconceito, quando tem sempre uma lágrima por vir.
Você só percebe que realmente ama a dança, quando ama a arte em si, sua poesia, sua força, seu poder crítico e de transformação. Você só percebe que realmente ama a dança, quando exercita a repetição sem perder a essência. Você só percebe que realmente ama a dança, quando não depende de nada para gostar dela, a não ser do próprio corpo mexendo, fazendo menção a tudo que se quer falar.
Cantando em outras línguas, viajando infinitos, descobrindo nações. É o corpo. É o próprio corpo. Ele mesmo, que é formado por ciência e sensação. É completo, misterioso, poético, mortal. É cotidiano e magia ao mesmo tempo.
Você só percebe que realmente ama a dança, quando esse corpo fala por si só e aquela sensação indescritível de vê-lo gritando alimenta tudo que a alma pode suportar. Alimenta, mas não fomenta. Só da mais fome. Mais fome e mais fome. Fome de mais. Fome demais. O corpo que diz, fala, responde, questiona, sente. Sente. Sente de novo e quantas vezes precisar. Agora, sente e pense: você realmente ama a dança?

1 comentários:

Pipoquinha disse...

Eu A-M-O dança, pra mim, aula de balé é um mundo a parte! aceita parceria? milkshakedapipoquinha.blogspot.com

responde lá no blog, por favor!

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